Depois de vagar por um ano na selva de letras que é o mercado editorial do Brasil, conhecer grandes autores da LitFan brasileira, editoras legais, leitores que se tornaram amigos decidi que deveria começar um projeto novo.
Entendi que o grande lance da literatura é ser lido. Ser comprado, esgotar nas livrarias é uma coisa que só o tempo e um trabalho gigantesco de divulgação pode conceder. Todavia, depois de dar uma volta numa livraria onde meu primeiro livro, o "Criaturas" foi colocado à venda e descobrir que a obra está "largada" na última prateleira da última estante de uma seção, escondido, oculto à vista dos leitores, me trouxe uma revelação importante!
Se os leitores não pegam meus livros ou por não os encontrarem ou por considerarem o custo elevado para uma obra de horror, vou disponibilizar um aqui, de graça. Isso mesmo. Meu terceiro volume e mais outros que se adequarem ao formato serão disponibilizados nesse espaço sob a licença Creative Commons.
Estou ficando louco? Talvez! É uma foma de protesto? Talvez! O que importa é ser lido. Não estou nem aí para a lista dos mais vendidos da Veja ou o Top 10 de bestsellers. Fico muito feliz que um ou outro autor da nova geração tenha chegado ao ponto de viver da escrita (quando crescer, quero ser igualzinho a eles).
Entretanto, esse não é o meu e nem o caso de milhares de homens e mulheres que tem excelentes histórias para contar sem que uma alma sequer deseje adquirir o esforço (é, escrever dá trabalho, ao contrário do que muita gente imagina) pois é "arriscado" dar míseros R$ 30,00 ou R$ 40,00 ou R$ 19,90 (levando-se em conta que uma refeição num bom restaurante custa de R$ 50,00 para cima, um par de tênis de marca mais de R$ 300,00 e sei lá tanta coisa que não dura para sempre - a Bíblia de Guttemberg que o diga - mas tem muito mais importância que boa leitura) na obra de um ilustre desconhecido que, em muitos casos, tem um conteúdo melhor que os sobrenomes enrolados da língua inglesa empurrados sobre nós sem dó e piedade.
Partindo desse princípio, desisti de ir atrás de quem não dá bola aos autores nacionais. Isso mesmo! Vou me focar somente em quem curte as coisas "Made in Brazil", ainda que falem de realidades alternativas, reinos de fantasia e coisas rastejando na Paris de um outro universo.
Desse modo, inauguro aqui o projeto "Livros Grátis!!!". Em breve, postarei neste espaço qual será o tema da coletânea e a capa. Sim. Eu tenho a paciência (e é legal mesmo) para montar capa, booktrailer, epub (e-book multiplataforma) , wallpaper e o que mais o livro necessitar.
Convido os colegas da LitFan nacional a embarcar nessa. Me inspirei na idéia do amigo Alfer Medeiros, que irá lançar um e-book intitulado "Green Death" com histórias de autores convidados. Se você tiver um livro e quiser disponibilizá-lo sem custo para quem quiser ler, fale comigo que eu dou um tapa na arte (se o autor já estiver com ela pronta, melhor ainda) e coloco aqui, sem cobrar nada, só pelo prazer de fazer ser lido e conhecido.
Antes que alguém venha com pensamentos do tipo: "quer ganhar com anunciantes" ou "vai pegar as idéias dos outros" ou ainda: "é tudo uma grande promoção" aviso que não vivo de escrever e isso, para mim, tornou-se um hobby muito legal e através de quem eu posso contar histórias. Ah, também não vivo de Ad-Sense e cliques, acessos e qualquer troço que use e/ou iluda quem visita meu velho e empoeirado blog.
Prefiro ter um público pequeno, porém fiel, que entenda e aprecie minhas obras do que ser "pop" e me tornar a "Lady Gaga" da literatura. Certo, eu tenho dois livros concebidos sob o formato comercial. Atire a primeira pedra quem nunca tentou expor numa livraria, bienal e ser publicado por uma editora.
Esses filhos ("Criaturas" e "Abismo") continuarão assim. Nasceram para esse fim e seguirão nesse caminho. Se alguém quiser adquiri-los, maravilha! Se não, é uma pena. O importante é que os publiquei, e os corajosos o bastante para comprá-los não se arrependeram/arrependerão (pelo menos, foi o que leitores com quem não tenho relação de amizade disseram ao ler as páginas de "Criaturas").
Como diz um amigo, de preocupação, já basta a vida! Literatura tem que ser conduzida como aquilo que você faz quando está a fim, quando dá aquele estalo criativo, quando a vontade se torna maior que a preguiça (trabalhar, estudar e escrever é cansativo) e você entra no universo que sua mente imaginou.
Outros livros meus publicados por editoras podem surgir, todavia, não vou me render ao mercado e escrever acorrentado a uma mesa, com roteiros que saem pré-moldados do departamento comercial das indústrias de livros só para afagar meu ego (e enriquecer o editor).
Ah, e também não vou esticar uma história por sete, quinze, vinte livros só para arrancar dinheiro do leitor. Existem coisas que cabem num livro e outras que compreendem dois ou três. Mas sete, oito... Só mesmo o Perry Rhodan ou o John Carter me convenceram que mais de três volumes era pouco espaço para suas vidas.
Já que é impossível impedir a cópia não autorizada (sites como o Scribd que o digam) da obra de qualquer um, vou colaborar oferecendo algumas das minhas de graça! E, como disse acima, não tem pegadinha. A exemplo da maioria dos autores nacionais, tenho outras atividades e a escrita é o meu mais importante e legal passatempo.
Voltando ao foco, o negócio aqui é literatura e ponto! Vou dar uma dica de qual será o mote, o archè desse volume: os mais carismáticos, charmosos e enigmáticos ícones do horror! Não, não são os vampiros! (hahahahah)! São os "filhos" do mais pavoroso e terrível monstro do século XIX. Uma pista: um médico/cientista austríaco fascinado pela morte foi o "pai" dessa coisa. Se você lembrou, é isso mesmo, leitor: serão os zumbis!